segunda-feira, 17 de setembro de 2007

17 de Setembro - "De volta ao Planeta Terra"

Esse foi o último dia na casa onde eu estava. E quero expor algumas impressões gerais sobre estes dias, e sobre o dia de hoje também.

Eu estava cuidando da casa do Pr. Talles, enquanto ele e a família estavam em viagem.
E hoje de manhã fiz uma retrospectiva dos dias (já estou em casa, são 22:12), e agora, paro em frente ao computador (Louvado seja Deus por essa máquina. Não gosto de escrever à mão! risos) para relembrar tudo para registrar aqui. Estou percebendo já um crescimento no meu disciplinar, mas espero que continue assim, porque os primeiros passos na "volta ao planeta terra" não foram muito fáceis.

Nunca pensei que Deus poderia se mostrar a mim e confrontar tanto o meu coração durante uma pequena faxina.
Depois de quatro dias na casa, eu já a tinha deixado "do meu jeito" - bagunça por todos os cantos. Devido a queimadas e o vento forte, o quintal estava sujo, a calçada sequer "viu a cara" da vassoura durante os quatro dias, e a casa ficou um pouco empoeirada. Então decidi levantar cedo para dar um jeito em tudo isso.
Comecei a limpar o quintal com a vassoura, tirei "o mais grosso" para não deixar ir pro esgoto e também para economizar água. E eu olhava para aquele quintal, e via os meus esforços representados pela vassoura, e meu coração, pelo chão. Por mais que eu me esforce, toda a sujeira não sai só com a vassoura, principalmente a terra. Precisei fazer uso da mangueira e lavar todo o quintal. Entendi que Deus muitas vezes quer lavar meu coração, mas eu estou lá, só com a vassoura, sofrendo (tinha me esquecido de como é cansativo varrer! risos) me esforçando pra deixar tudo limpo, mas só Deus sabe como limpar. Suas águas precisam fluir em meu coração, para isso eu preciso crer, como diz a Bíblia - João 7.38 - "Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva". Não é como eu acho que é, não através do meu esforço (mesmo bem intensionado) mas é através da minha fé em Jesus, fé segundo a Bíblia, que meu coração permanecerá limpo e se tornará um afluente das águas do Espírito.
Depois, ao varrer a varanda e a calçada (e aquele monte de folha!!!) me vi outra vez, no meu inútil esforço de ajuntar coisas. Muitas vezes quero ajuntar coisas inúteis, como um monte de folhas. Outras vezes, quero ajuntar coisas que são necessárias. E lá estava eu, na varanda, varrendo, e quando tudo estava se ajuntando o vento soprava e levava as folhas pra longe de novo,uma ira mortal tomou conta do meu coração nessa hora, se a vassoura fosse viva, ela teria morrido, de tanto que a "sufoquei", percebi que minha paciência precisa ser disciplinada - isso nada mais é que falta do frutificar do Espírito em mim.Foi aí que resolvi me acalmar e raciocinar um pouco, e fechar o portão para conter o vento que me atrapalhava. Quantas vezes eu tento ajuntar coisas sem a ajuda de Deus? Deus usou aquele portão pra se revelar a mim de maneira tão grandiosa! Aleluia! Preciso "fechar o portão na cara do diabo" que sopra contra meus esforços, contra minha busca, contra minha disciplina.
E por fim, quanto tudo já estava limpo, organizado. Sentei no sofá e fiquei pensando - eu não sou dono de nada disso, essa casa não é minha, esses móveis não são meus. Essa geladeira que abri tantas vezes, a comida que comi, o chuveiro, papel higiênico, gás, etc. Tudo, nada é meu! Foi então que entendi duas coisas:
1º - assim como a casa do Talles não era minha, mas eu estava cuidando dela, a minha vida não é minha, Deus cuida, eu devo confiá-la a ele, assim como o Talles confiou sua casa a mim e foi pra Marataízes, no Espírito Santo, quase 13 horas de viajem. Eu preciso me distanciar daquilo que entreguei a Deus. E preciso entregar tudo. Não havia cômodo na casa do Talles ao qual eu não tive acesso. Minha vida nas mãos de Deus não pode ter cômodos trancados. Tenho que entregar as chaves da minha vida a Deus!
2º - tudo aquilo que eu tenho, eu posso desfrutar à vontade, mas não é meu, é de Deus. Quando lhe aprouver, ele pedirá de volta. Meus bens, meus amores, tudo, a Deus pertence. Sou apenas o mordomo.
Ainda falta muito pra eu chegar lá! Mas não posso parar!
Eu entendi algo muito importante nesses dias. Eu não estava lá casa para que os móveis não se sentissem sozinhos (risos), mas eu estava lá para trazer movimento para a casa. Como um vigia, sentinela. Me lembro que no sábado a noite, eu planejava ir à casa da minha namorada, assim que ela me ligasse avisando já estar em casa após o culto, mas algumas pessoas, estavam próximas à linha do trem, alguns fumando, e eles estavam "flagrando" o movimento da rua. Optei por não sair. Nada aconteceu, talvez nem eram eles tão suspeitos assim, mas Deus usou dessa situação pra me mostrar a experiência do vigiar para não cair em tentação. Preciso tomar cuidado com toda situação estranha, desconfortavél (ou confortável demais, espiritualmente falando), atentar aos movimentos.

Deus colocou Ezequiel como sentinela de Israel (Ezequiel 3.17). E eu preciso assumir meu posto, nas vigílias da noite, no jejum, na intercessão, cada vez mais. E não me calar! Assim como Ezequiel não se calou e anunciou o que Deus lhe falava.
Pai, fale a mim, e através de mim. Teus planos, Tua vontade. Me chame para te buscar, para orar contigo. Não deixe minh'alma adormecer no jardim, enquanto o Senhor Jesus intercede por mim! Preciso clamar! Preciso falar! Gritar! Preciso me calar... preciso que o Senhor me guie em tudo!
Tem algo mais que preciso registrar aqui. Minhas irmãs foram viajar domingo, para Poços de Caldas, com as meninas da Igreja Betel - comunhão, unidade. Isso "tem cheiro de" profético! - e antes de chegar à Poços, o ônibus quebrou. Ninguém murmurou, pelo contrário, desceram, tiraram fotos, brincaram, "curtindo a viagem", quando de repente um ônibus parou atrás e o motorista desceu e disse: vocês são crentes?não me pergunte por quê, mas Deus, próximo a Campinas, me mandou vir pra cá, pra ajudar um povo. entrem no ônibus se quiserem, que eu as levo até Poços.
O ônibus era bem melhor, com máquina de café, banheiro, tv, etc. Elas puderam seguir viagem, e o ônibus delas, foi concertado e no tempo certo as trouxe de volta, em segurança.
Um simples passeio cheio de comunhão, unidade, e alegria em Deus para desfrutar das maravilhas que Deus criou (Poços de Caldas é uma cidade muito bonita!) pode se transformar em um milagre, quando nosso coração está aberto pra isso. Para ser um agente de milagres, como aquele motorista foi, ou como um receptor de milagres, como as meninas foram.
Deus cuida dos seus!
A hora que cheguei em casa, depois de ir trabalhar, confesso que cheguei cansado. Esses dias, foram muito bons, de "sustança" como diz o Pr. Jeremias, mas meu físico estava (está) cansado. Cama diferente (por mais confortável que seja) demoro pra me acostumar. Acordava com qualquer barulhinho (o que é difícil de acontecer), sem falar do trem, que preciso confessar, ungido de Deus pra me acordar (risos).
Cheguei e logo fui "tentado" pelo cansaço a ir direto pra cama, sem este tempo de relembrar o que Deus fez. Sei que não será fácil continuar com essa disciplina, agora que estou "de volta ao planeta Terra", mas sei que o Senhor me dará graça. E se for necessário, Ele fará passar um "trem ungido" aqui perto pra acordar-me.
"Senhor, quero conviver contigo, para termos a intimidade de partilhar momentos a sós com o Pai, assim como foi no Getsemâni, mas não quero dormir, desperta-me cada vez mais para ouvir a Tua voz.
Ai... Senhor, a unidade da Igreja...Tu o sabes, Senhor. Direciona o meu falar. Quero te amar, de todo coração, alma, forças, entendimento. Tu és a maior necessidade da minha existência. Te amo, mais do que minha própria vida".
Amados (as), que a Paz, que só o Príncipe da Paz tem para dar, abunde em vossos corações! (Ainda meditando sobre bem-aventuranças. Sinto que amanhã o Senhor tem algo profundo para me ensinar).
Só o Senhor é Deus! Só o Senhor é Deus! Só o Senhor é Deus!!!

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